segunda-feira, 26 de abril de 2010

Tu que das trevas cruéis da inconsciência,
Na escravidão mantendo-te por tua passividade,
És vítima;

Tu cuja vida em brancas nuvens passa,
Tu que só conheceste a desgraça,
A exploração e o suplício,
De cujo imenso sacrifício,
Do brutalizador trabalho,
Sem receber a justa recompensa,
Geraste as riquezas nacionais
Para fazerem-se de uns poucos gáudio e desperdício,
Nas mãos de impiedosa elite concentradas;

Tu cujo braço da nação é o sustentáculo,
Mas nem o direito de pensar te reconhecem
As classes dominantes;
Tu que em miséria física e mental
Imerso a existência passas,
Sem ter sequer consciência
Da cruel, atroz, imensa
Injustiça de que és vítima,
Do direito de livre e dignamente
Da vida percorrer os efêmeros caminhos;

Tu, irmão trabalhador sofrido,
Do explorador e de ti mesmo vítima,
Da tua inconsciência e apatia,
Que geram e aprofundam e ampliam
Os teus exploradores, a incutir-te,
A marteladas, idéias espúrias
De conformismo e deturpados,
Ideais padrões de vida;
Desperta, irmão, do teu nefasto sono,
Ouve da razão o grito a ecoar:
Teu é o destino, toma-o em tuas mãos,
Do livre pensamento e ação
Põe-te nos mares imensos a nadar.

Vence as vagas da massificação,
Da padronização do pensamento,
Dos injustificáveis, ilusórios caminhos
Que inculcam-te os teus dominadores.
Rompe os grilhões da exploração,
Mitiga as dores
Do teu brutalizado coração;
Depõe os senhores
Pretensos proprietários da nação.

Faz-te senhor da tua própria existência;
Tu és a maioria,
Tua é a força que dos homens move o mundo.
Desperto da inconsciência, teus direitos
De realizar-te plenamente como ser humano,
Ninguém, nem os mais altos suseranos
Do cruel imperialismo,
Deter-te poderá.

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