terça-feira, 18 de maio de 2010

entrevista Hugo Manso, pré candidato ao senado pelo PT. Leia:

Sua pré-candidatura ao Senado foi oficializada pelo PT no dia 10 deste mês. De lá para cá, qual tem sido a repercussão no estado? Qual a sua avaliação?

Logo após o anuncio da decisão partidária, todos os blogs do estado deram a noticia. Saímos nos jornais impressos e durante a semana estive em diversos programas de rádio e TV.

Avalio como positiva a repercussão. Vamos demonstrar que a definição do PT possibilitará um novo impacto na já complexa disputa pelas duas vagas do Senado.

Qual avaliação o senhor faz do desempenho dos atuais senadores Garibaldi Alves Filho (PMDB), José Agripino Maia (DEM) e Rosalba Ciarlini (DEM)?
São três representantes de grupos familiares e econômicos de destaque no RN. Alves, Maia e Rosado.
Seus mandatos são tradicionais, conservadores e estabelecem uma relação com a população de visita aos municípios em dias de festa, controle político de lideranças locais e nenhuma construção coletiva (seja com a juventude ou com as mulheres, sindicalistas ou produtores). Não temos nestes mandatos uma identidade com lutas do RN ou com temas de destaque no cenário nacional.

O senhor observa sua candidatura como sendo "alternativa", tendo em vista o conservadorismo político presente nos nomes dos demais candidatos?
Minha candidatura é alternativa sob o ponto de vista programático e ideológico. Sou filiado ao PT desde 1980, militei na UFRN, nos bairros de Natal, sou dirigente partidário, fui vereador e integrei o governo do Presidente Lula nos últimos 5 anos aqui no RN (Ministério do Desenvolvimento Agrário).

Minha candidatura terá identidade de propósitos com a da ex Governadora Vilma de Farias (PSB), porém tenho um perfil político próprio. Represento nesta disputa os interesses dos movimentos sociais, a continuidade das mudanças que estão em curso no país através do fortalecimento da agricultura familiar, da expansão da rede federal de educação profissional (CEFETs), dos diversos programas sociais, da inserção autônoma e soberana do país no cenário internacional.

Aproveitando a deixa da última pergunta, a sua candidatura representa a esquerda do Rio Grande do Norte?
Tenho 30 anos de militância de esquerda no RN.
Desde o movimento estudantil dos anos 80, da ocupação da reitoria da UFRN, da campanha das Diretas Já, da fundação da CUT, do Fora Collor e das diversas candidaturas do Lula a presidência e dos diversos mandatos parlamentares do PT.

Hoje fomentamos o debate estratégico da economia solidária, do fortalecimento da agricultura familiar, da inserção de jovens, mulheres e comunidades quilombolas e remanescentes indígenas nos ambientes educacionais, de trabalho e de lazer e cultura.

Ao longo de minha vida associei-me a temas contemporâneos. Não tenho duvidas quanto a ter uma postura de esquerda no Senado Federal, associando-me a Eduardo Suplicy, Aloizio Mercadante, Cristovão Buarque, Fátima Cleide, Inácio Arrruda, Paulo Paim, Marina Silva, Serys Shessarenko, Tião Viana. Esta será a turma que vou procurar.

Quero distancia e enfrentarei de cabeça erguida o pensamento de Tasso Jereissati, Arthur Virgilio, Kátia Abreu, Marco Maciel e tantos outros conservadores.

O senhor vê o casamento da sua candidatura com a de Wilma de Faria (PSB) como uma ameaça aos atuais senadores Garibaldi e José Agripino, que tentam a reeleição?
Ao fazer a vinculação das ações positivas que estão em curso no país com minha trajetória de fundador e dirigente do PT, mais que parceiro, co-elaborador destas políticas sociais em curso no governo federal e a postura da ex governadora Vilma, como aliada do presidente Lula e gestora de sucesso, sem duvidas vamos crescer muito.

Acredito que o RN possa fazer uma grande troca de cadeiras na representação do Senado nestas eleições.

Qual será sua estratégia de campanha e quais serão as principais questões que o senhor pretende levar para o debate eleitoral?
A estratégia será falar claramente a população nosso pensamento, nossos propósitos. Ser claro, didático e objetivo.

Pretendo levar para o debate o tema do socialismo, que através do governo democrático e popular do presidente Lula estamos abrindo caminhos para as mudanças estruturais que a humanidade precisa.

Entro na disputa para fazer uma avaliação positiva das ações do Governo Lula no país e em particular no RN. Vou comprar estes 7 anos e meses com outros momentos históricos quando, inclusive o DEM e o PSB estiveram no governo federal.

O que o senhor pretende realizar caso seja eleito para o Senado?
Representar a população do Rio Grande do Norte que é majoritariamente constituída de pequenos produtores rurais e urbanos, comerciantes e servidores públicos. Quero representar os jovens que buscam inserção no mundo do trabalho, as mulheres que ainda são excluídas e sofrem opressão especifica no dia a dia, os assalariados e os empreendedores que a cada momento reafirmam como corretas as políticas econômicas e sociais em curso no pais.

Quero ser o Senador dos trabalhadores do RN, integrado nos debates nacionais que constroem o desenvolvimento sustentável do país.

Qual a mensagem que o senhor deixa para o povo norte-rio-grandense ao término dessa entrevista?
Que é possível fazer política de forma independente, com cabeça erguida sem envolvimento com corrupção e sem ter que levar vantagens, pessoais ou para grupos.

Que a vida é bela e que para desfrutarmos dela completamente teremos que livrá-la de todo mal e de toda a opressão. E o ambiente político e as eleições são o caminho para estas transformações.
Muito obrigado pela atenção

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