quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"Candidatura" de Nélter a vice de Iberê é provocação a Garibaldi

Declaração do deputado estadual Nélter Queiroz provoca senador Garibaldi FilhoEnquanto várias lideranças já recusaram a vaga de vice da chapa que será encabeçada pelo vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), na disputa pela sucessão estadual, o deputado estadual Nélter Queiroz (PMDB) manifestou desejo de ocupar a vaga. Ele afirmou ontem, em entrevista à TV União, que aceita ser o vice de Iberê, caso seja convidado.A afirmação de Nélter gerou um novo impasse no PMDB, que tinha decidido não formar coligação na disputa pelo governo. A intenção do partido, devido às divergências internas, é deixar seus filiados livres para apoiar qualquer candidatura. A participação de um peemedebista na majoritária estadual coloca os membros do partido automaticamente no palanque de Iberê, devido à lei de fidelidade partidária.Os planos de Nélter vão de encontro ao projeto político do senador Garibaldi Filho (PMDB), que pretende apoiar a candidatura da senadora Rosalba Ciarlini (DEM) para o governo do Estado. Se Nélter for o vice de Iberê, Garibaldi terá que pedir votos para o pessebista, principal adversário de Rosalba na disputa. A manifestação do deputado colocando seu nome à disposição para ser vice da chapa governista soou como provocação ao senador peemedebista.Caso a candidatura de Queiroz a vice seja viabilizada, o tempo do PMDB no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão também será usado em prol da candidatura governista. Mas se o PMDB ficar neutro na disputa pelo governo, o tempo do partido não poderá ser utilizado por nenhum dos candidatos. O acordo de Garibaldi com o presidente estadual do PMDB, deputado federal Henrique Eduardo Alves, para deixar os filiados livres, já começou a ser questionado. Até então, nenhum peemedebista tinha se manifestado contra a decisão dos líderes. A união da legenda, mesmo diante das divergências, será ameaçada caso Nélter leve a proposta de ser vice de Iberê para as convenções.A divisão histórica do PMDB nacional chegou ao Rio Grande do Norte no final de 2008, quando a ala do partido ligada a Garibaldi começou a se aproximar da oposição e os liderados de Henrique se tornaram aliados do governo. A bancada peemedebista na Assembleia Legislativa (AL) se dividiu. Enquanto Nélter e Poti Júnior seguiram Henrique, Walter Alves e José Dias ficaram com Garibaldi.Depois da cisão peemedebista, Henrique e Garibaldi começaram a tentar atrair o apoio das lideranças do interior às suas respectivas tendências. Garibaldi pede o voto para Rosalba. Henrique quer o apoio a Iberê. O rompimento do acordo dos primos, relativo à participação do PMDB nas eleições deste ano, causaria uma disputa interna nas convenções partidárias, o que seria prejudicial para a candidatura dos enador Garibaldi Filho (PMDB) à reeleição.

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