segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010


A cassação de Kassab e o inferno astral de Serra




Não tenho informações factuais para opinar se foi ou não justa a cassação do prefeito Gilberto Kassab, anunciada há pouco pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Resende Silveira, por doações consideradas ilegais de recursos durante a campanha eleitoral de 2008.
Não posso dizer se me parece justa ou injusta.
Posso, porém, falar dos aspectos políticos que ela contém.
O primeiro é que essa é uma decisão que, além de ficar imediatamente em supenso, por força de recurso, será provavelmente revogada no Tribunal Regional Eleitoral. E compreendo, pois é preciso que a prova seja muito evidente e incontestável para que um Tribunal revogue a descisão do voto popular que lhe concedeu o mandato.
Simpatia ou antipatia política não deve ter nadaa ver com decisões deste tipo.
Mas, infelizmente, acabam tendo.
Dois adversários de José Sarney – João Capiberibe, no Amapá, onde Sarney se homiziou para ser senador, e Jackson Lago, no Maranhão – tiveram as sentenças locais confirmadas nas instâncias superiores mesmo sem evidências incontestáveis.
Ao contrário, todos sabem que lá no Amapá ou no Maranhão, de que lado está o poder econômico.
E não era do lado dos que foram cassados por um suposto abuso em seu favor.
Mas no caso de Kassab, não será assim.
De qualquer forma, é mais uma brasa ardendo no inferno astral de José Serra. Um inferno meio alagado, mas ainda assim, capaz de derreter uma candidatura.
Brizola Neto

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