sábado, 20 de fevereiro de 2010


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA


Para deputados do PT, a apreensão de recibos de doações eleitorais para o diretório nacional do DEM na casa oficial do governador afastado do DF, José Roberto Arruda (sem partido), comprova a ligação da direção do partido com o mensalão do Distrito Federal.
Conforme revelou a Folha ontem, os recibos encontrados pela Polícia Federal no anexo da residência oficial do governador (que deixou o DEM logo após a deflagração da crise) foram assinados pelo tesoureiro da Executiva Nacional da sigla, Saulo Queiroz. Estavam em um armário usado por Domingos Lamoglia, então chefe de gabinete de Arruda. Lamoglia é suspeito de arrecadar propina, que, segundo a PF, ficava com o governador e também era usada para pagar deputados distritais da base aliada em troca de apoio na Câmara do DF. As doações, num valor de R$ 425 mil, são de empresas que fecharam negócios com o governo da capital na gestão Arruda. A Antares Engenharia, que contribuiu com R$ 150 mil, afirmou à Folha que não pediu nem recebeu qualquer comprovante da doação. A construtora Artec, que doou R$ 275, não quis se manifestar.Para o deputado federal Geraldo Magela (DF), tanto Arruda quanto o governador interino, Paulo Octávio, estão “umbilicalmente ligados ao DEM”. “As impressões digitais estão por todos os lados. É uma vinculação permanente.” O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou que, “por mais que o DEM tente se desvincular” da crise do mensalão do DF, “eles já foram extremamente prejudicados”. “Todo o resto que vier, como a apreensão das notas, também vai ter consequências.” Pré-candidato petista ao governo do DF, o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz disse que o caso tem de ser investigado com profundidade. “Essas notas deveriam estar na tesouraria do DEM e nunca na residência oficial do governador. Isso tudo é no mínimo esquisito.”

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